No mês de julho, o Projeto Raros celebra na Cinemateca Capitólio o centenário de dois mestres asiáticos: Chang Cheh (1923-2002), nome essencial do cinema de artes marciais de Hong Kong, e Seijun Suzuki (1923-2017), um dos mais inventivos realizadores da Nouvelle Vague Japonesa. Na sexta-feira, 14 de julho, às 19h30, será exibido O Novo Espadachim de Um Braço (Xin du bi dao, 1971) de Chang Cheh, com apresentação do escritor e pesquisador César Almeida. Duas semanas depois, no dia 28 de julho, às 19h30, será exibido O Vagabundo de Kanto (Kanto mushushu, 1963), de Suzuki, com apresentação do crítico e professor Sérgio Alpendre. Entrada franca.
“Filmes que você sempre quis ver ou nem imaginava que existiam”. O slogan do projeto Raros é a sua melhor definição. Iniciado em maio de 2003, o projeto foi concebido pela Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Prefeitura de Porto Alegre com a intenção de apresentar ao público local títulos nunca lançados no circuito exibidor brasileiro ou há muito tempo fora de circulação nos cinemas, procurando reproduzir o espírito das “midnight movies” realizadas em Nova York a partir do final dos anos 1960. Cada filme é apresentado uma única vez, nas noites de sexta-feira, e as sessões são comentadas. Imediatamente acolhido pelos cinéfilos porto-alegrenses, o Raros foi um sucesso instantâneo e logo inspiraria outras iniciativas similares, a mais conhecida delas sendo as Sessões do Comodoro, organizadas pelo saudoso diretor Carlos Reichenbach no CineSesc de São Paulo. Em 2017, em função da reforma da Usina do Gasômetro, a Cinemateca Capitólio passa a receber provisoriamente o Projeto Raros.
O NOVO ESPADACHIM DE UM BRAÇO
(Xin du bi dao)
Hong Kong, 1971, 98 minutos, HD
Direção: Chang Cheh
Classificação: 16 anos
Sessão apresentada pelo escritor e pesquisador Cesar Almeida, autor do livro Cemitério Perdido dos Filmes B, e curador da mostra Mestres e Dragões, exibida na Sala Redenção em 2013.
Lei Li perdeu o braço direito em um duelo de espadas com o mestre de uma escola de artes marciais. Com o passar do tempo, ele aprendeu a se defender utilizando as técnicas de kung fu. Li também conta com a ajuda de seu amigo Chung-Chieng. Mesmo quando tudo parece impossível, ele prova que é um grande guerreiro. Um dos filmes mais cultuados de Chang Cheh, mestre do cinema de artes marciais de Hong Kong que chegava a filmar 8 filmes por ano, mantendo sempre a excelência.
O VAGABUNDO DE KANTO
(Kantô Mushuku)
Japão, 1963, 96 minutos, HD
Direção: Seijun Suzuki
Classificação: 16 anos
Sessão apresentada pelo crítico e professor Sérgio Alpendre, que ministra um curso sobre cinema japonês na Cinemateca Capitólio nos dias 11 e 12 de agosto.
Katsuta, guarda-costas da família Izu, precisa lutar para recuperar a honra da família após um companheiro yakuza vender a namorada de um guarda-costas da família rival. Uma das obras-primas que Seijun Suzuki, protagonista inventivo da geração da Nouvelle Vague Japonesa, lançou em 1963.