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Cinema Novo – Brasil em Transe
29 de agosto de 2017

 

A Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta entre 02 e 10 de setembro a mostra Cinema Novo – Brasil em Transe, com filmes clássicos e obscuros, de intenções abertamente políticas, realizados no Brasil entre 1965 e 1983. A programação tem entrada franca.

A MOSTRA

Os 50 anos de Terra em Transe, obra-prima de Glauber Rocha, também marcam o aniversário de um dos momentos mais críticos e paradoxalmente inventivos da história do cinema no Brasil. O que fazer após um golpe? As respostas são muitas, caóticas, desesperadas, conflitantes, enlouquecidas. A mostra Cinema Novo – Brasil em Transe reúne grandes clássicos e obras menos conhecidas da geração que transformou o cinema brasileiro. São filmes realizados no calor (meados dos anos 1960) e no horror (pós-AI-5) do Golpe de Estado de 1964 por nomes como Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade, Nelson Pereira dos Santos, Paulo César Saraceni, Carlos Diegues, Gustavo Dahl, Leon Hirszman, Gustavo Dahl, Sergio Bernardes Filho, Julio Calasso, Andrea Tonacci e Luiz Rosemberg Filho.

Introduzida pela recente colagem de imagens e ideias de Eryk Rocha em Cinema Novo, a mostra possibilita um trajeto a partir da política em curto-circuito de filmes realizados nos anos imediatos após o Golpe, como O Desafio, Terra em Transe, Desesperato, O Bravo Guerreiro, e atravessa a agonia, a revisão histórica e saída metafórica do início dos anos 1970 em filmes como Os Herdeiros, Longo Caminho da Morte, Os Inconfidentes, São Bernardo e Quem é Beta?. Por fim, duas obras distintas, mas complementares: o vazio existencial de um grande empresário de Crônica de um Industrial e a lucidez absoluta dos índios Canela Apãniekra em Conversas no Maranhão.

A mostra Cinema Novo – Brasil em Transe faz parte do projeto Cinemateca Capitólio – Digitalização e Programação Especial 2017, patrocinado pela Petrobras e financiado através do Pró-Cultura RS da Secretaria de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer do Estado do Rio Grande do Sul.

FILMES

Terra em Transe

1967, 111 minutos, Brasil.

Direção: Glauber Rocha

País fictício da América Latina, Eldorado, é palco de uma convulsão interna desencadeada pela luta em busca do poder. Exibição em DCP.

O Desafio

1965, 94 minutos, Brasil.

Direção: Paulo César Saraceni

O Golpe Militar de 1964 no Brasil leva um jovem jornalista a um vácuo existencial. Diante das desilusões amorosas e políticas, ele se encontra sem perspectivas de vida. Exibição em HD. Após a sessão, acontece debate com a pesquisadora Helena Stigger.

Desesperato

1968, 100 minutos, Brasil.

Direção: Sergio Bernardes Filho

A história de um escritor (Raul Cortez) que deixa seu lar para realizar pesquisas literárias nos cenários mais obscuros do país. Inconformado com o atual cenário nacional, o historiador junta-se a um líder político gerando sérias consequências. Exibição digital.

O Bravo Guerreiro

1968, 100 minutos, Brasil.

Direção: Gustavo Dahl

Querendo promover mudanças, um deputado passa para o partido da oposição e tenta levar suas ideias adiante. Mas vê o seu projeto de lei ameaçado e descobre que não é a melhor pessoa para lidar com os sindicatos. Exibição digital.

Os Herdeiros

1970, 110 minutos, Brasil.

Direção: Carlos Diegues

Para ganhar um neto, o decadente Barão do Café Joaquim resolve casar a filha com Jorge, um repórter da capital. Anos depois, Jorge trai o sogro, foge com a mulher e deixa o filho na fazenda. Exibição em HD.

Longo Caminho da Morte

1971, 85 minutos, Brasil.

Direção: Julio Calasso

Uma família de coronéis é dona de terras para plantio de café e suas relações com o mundo escancaram as modificações na sociedade brasileira do século XX. Exibição em HD.

São Bernardo

1972, 113 minutos, Brasil.

Direção: Leon Hirszman

A trajetória de Paulo Honório, um modesto caixeiro-viajante que acaba enriquecendo valendo-se de métodos violentos. Exibição em DCP.

Quem é Beta?

1972, 85 minutos, Brasil.

Direção: Nelson Pereira dos Santos

Depois de uma catástrofe que modificou o estado natural do mundo e destruiu a sociedade civilizada, um casal começa uma nova vida em um abrigo. Este relacionamento é perturbado pela chegada de uma mulher. Exibição em DCP.

Os Inconfidentes

1972, 80 minutos, Brasil.

Direção: Joaquim Pedro de Andrade

Um grupo de intelectuais e integrantes da elite brasileira se une para libertar o país da opressão portuguesa. Dos engajados no movimento, Tiradentes é o que está disposto a levar a revolução às últimas consequências. Exibição em DCP.

Crônica de um Industrial

1978, 96 minutos, Brasil.

Direção: Luiz Rosemberg Filho

Um empresário bem-sucedido, de esquerda quando jovem, continua um nacionalista convicto. Ele entra em crise quando é pressionado pelos interesses do capital estrangeiro e procura compensar no sexo seu vazio existencial. Exibição em HD.

Blábláblá

1968, 26 minutos, Brasil.

Direção: Andrea Tonacci

O sentido do poder e da palavra em crise situa o homem que os manipula numa idêntica crise pessoal, humana. A farsa do discurso de intenção humanista é total e absoluta. Um ditador num momento de uma grave crise nacional, institucional, confrontado na cidade e no campo por revoltas e guerrilha, na busca de uma paz ilusória, faz um longo pronunciamento pela televisão. Mas a realidade impõe-se à sua ficção e o controle da situação escapa-lhe das mãos. Sobra-lhe uma patética confissão antes de ser tirado do ar. Exibição em blu-ray.

Conversas no Maranhão

1983, 117 minutos, Brasil.

Direção: Andrea Tonacci

Realizado entre os anos de 1977 e 1983, Conversas no Maranhão nasceu do contato do diretor e fotógrafo Andrea Tonacci com os índios Canela Apãniekra nos anos 1970. Mais do que um documentário, o filme se tornou um manifesto da tribo ao governo brasileiro, no momento em que suas terras eram demarcadas pela Funai. Exibição em DCP.

Cinema Novo

2016, 90 minutos, Brasil.

Direção: Eryk Rocha

Um ensaio poético que investiga um dos principais movimentos cinematográficos latino-americanos, através do pensamento e fragmentos de filmes dos seus principais autores. O filme mergulha na aventura da criação de uma geração de cineastas que inventou uma nova forma de fazer cinema no Brasil – a partir de uma atitude política que juntava arte e revolução – e que tinha como desejo um cinema que tomasse as ruas e fosse ao encontro do povo brasileiro. Exibição em DCP.

GRADE DE PROGRAMAÇÃO

2 a 10 de setembro

2 de setembro (sábado)

18h – Cinema Novo

20h – Terra em Transe

3 de setembro (domingo)

18h – Desesperato

20h – O Desafio + debate com a pesquisadora Helena Stigger

5 de setembro (terça)

20h – O Bravo Guerreiro

6 de setembro (quarta)

20h – Os Herdeiros

7 de setembro (quinta)

18h – Os Inconfidentes

20h – Quem é Beta?

9 de setembro (sábado)

18h – São Bernardo

20h – Longo Caminho da Morte

10 de setembro (domingo)

18h – Crônica de um Industrial

20h – Blábláblá + Conversas no Maranhão

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