De 19 a 25 de setembro de 2024, o Circuito Mitológicas apresenta a Mostra Filmíticos na Cinemateca Capitólio (R. Demétrio Ribeiro, 1085) em Porto Alegre (RS). Com entrada franca, a seleção traz 15 títulos com viés antropológico em produções de curta, média e longa-metragem. As temáticas dos filmes giram em torno da mitologia dos povos originários e afro-religiosos. A atividade integra o Circuito Mitológicas, que comemora na capital gaúcha os 60 anos de “Mitológicas”, obras do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss (1908-2009).
O título de abertura é o média francês “A Propósito de Tristes Trópicos” (1990), de Jorge Bodanzky, Jean-Pierre Beaurenaut e Patrick Menget, que refaz a viagem de Lévi-Strauss ao Mato Grosso nos anos 1930, na quinta (19), às 19h. Há vários elementos no filme: imagens da expedição original, entrevistas com Lévi-Strauss em diferentes momentos e imagens das três expedições à região realizadas pela equipe do documentário.
A atração da sexta (20), às 19h, é o doc nacional “Lá nas Matas Tem” que retrata a ancestralidade por meio da criação de cenas e performances com mestres do Reinado do Rosário e da Umbanda. A sessão será seguida de debate com Juliana Costa. Na maioria dos dias, os médias e longas são acompanhadas por curtas-metragens e debates.
No dia 21, sábado, às 15h, será projetada a sessão Vagalume especial, programa de curtas de animação, seguida de debate com Teresa Assis Brasil. A seleção reúne cinco filmes produzidos no Brasil. “Luz nos Trópicos”, longa dramático de Paula Gaitán, é o título do domingo (22), às 15h. Na trama, Igor, um indígena kuikuro nascido no exterior, resolve retornar à terra de seus ancestrais levando as cinzas de seu avô e o registro sonoro da voz dele, gravada pouco antes de sua morte.
“Yãmĩyhex, as mulheres-espírito” é o filme da terça (24), às 15h, seguida de debate com o Prof. Mauro Almeida, considerado um dos maiores antropólogos brasileiros. No filme, as personagens-título se preparam para partir após passar um tempo na Aldeia Verde. Há os preparativos da grande festa de despedida. Elas se vão, mas sempre voltam com saudades de pais e mães.
O premiado “A Transformação de Canuto” (2023) é o filme de encerramento da quarta (25), às 19h. Em uma comunidade mbyá-guarani, todos conhecem o nome Canuto, um homem que muitos anos atrás sofreu a temida transformação em uma onça e depois morreu tragicamente. A sessão será seguida por debate com Vitor Queiroz e Thaís Fernandes
“A mostra é uma oportunidade de aproximação entre o pensamento dos povos tradicionais, o conhecimento acadêmico e a arte cinematográfica”, define o Prof. Dr. Vítor Queiroz (PPGAS/UFRGS). Ele assina a coordenação do Circuito Mitológicas. A curadoria da Mostra Filmíticos fica a cargo de Jonatas Rubert e Juliana Costa.
A comissão organizadora do Circuito é formada por Anderson Kilpp Bernardo, Fabrício Ferreira de Lema, Jonatas Rubert, Vítor Queiroz e Yves Marcel Seraphim. A mostra acontece simultaneamente à conferência ‘A lógica do sensível e outras variações míticas’, e à exposição ‘Mundo Sensível dos Mitos”, no Museu da UFRGS.
Mostra Filmíticos
Entrada franca
De 19 de setembro a 25 de setembro de 2024
Local: Cinemateca Capitólio (R. Demétrio Ribeiro, 1085 – Centro Histórico, Porto Alegre)
Instagram: @circuitomitologicas
PROGRAMAÇÃO:
DIA 1 – 19/09 (quinta) – 19h
Curtas + média-metragem (1h30min)
“A MENINA E O POTE” (2024), de Dirigido por Valentina Homem; “FÈ MYE TALÈ” (2018) (“TUDO VAI FICAR BEM, LOGO”), de Henrique Lahude; “ABIGAIL” (2016), de Valentina Homem e Isabel Penoni; e A PROPÓSITO DE TRISTES TRÓPICOS (1990), de Jorge Bodanzky, Jean-Pierre Beaurenaut e Patrick Menget. SINOPSE: O filme refaz a viagem que o antropólogo Claude Lévi-Strauss realizou no Mato Grosso nos anos 1935 e 1938 e que resultou no livro Tristes Trópicos. Há vários elementos no filme: imagens da expedição original, entrevistas com Lévi-Strauss em diferentes momentos e imagens das três expedições à região realizadas pela equipe do documentário.
DIA 2 – 20/09 (sexta) – 19h – debate com Juliana Costa
Curta + média-metragem (1h16min)
XUPAPOYNÃG (2012), de Isael Maxakali; e LÁ NAS MATAS TEM (2022), de Pedro Aspahan e César Guimarães. SINOPSE: Por meio da criação compartilhada de cenas e performances com mestres do Reinado do Rosário e da Umbanda, o filme dá a ver e a sentir os saberes ancestrais presentificados e atualizados nas atitudes do corpo, gestos, palavras, danças e cantos de Pedrina de Lourdes Santos, Capitã do Terno de Massambike de Nossa Senhora das Mercês, de Oliveira, MG, Maria Luiza Marcelino, Zeladora do Centro Espírita Caboclo Pena Branca, de Ubá, MG, e Mestre Bengala, Capitão da Guarda de Congo do Reinado de Nossa Senhora do Rosário, da Comunidade dos Arturos, Contagem, MG.
DIA 3 – 21/09 (sábado) – 15h – sessão VAGALUME especial, debate com Teresa Assis Brasil
Programa de curtas (55min)
“CAMINHOS DOS GIGANTES” (2016), de Alois di Leo; “ÒPÁRÁ DE ÒSÙN: QUANDO TUDO NASCE” (2018), de Pâmela Peregrino; “OXUM: O PODER FEMININO” (2024), de Célia Harumi Seki; “IEMANJÁ YEMOJÁ: A CRIAÇÃO DAS ONDAS” (2016), de Célia Harumi Seki; “OSIBA KANGAMUKE: VAMOS LÁ CRIANÇADA” (2017), de Haya Kalapalo, Tawana Kalapalo, Thomaz Pedro e Veronica Monachini de Carvalho.
DIA 4 – 22/09 (domingo) – 15h
Longa-metragem (260min)
LUZ NOS TRÓPICOS (2020), de Paula Gaitán. SINOPSE: Igor, um indígena kuikuro nascido no exterior, resolve retornar à terra de seus ancestrais levando as cinzas de seu avô e o registro sonoro da voz dele, gravada pouco antes de sua morte. Na trajetória rumo ao seu objetivo, o rapaz conhece Hercule. Os personagens, repletos de sonhos, se cruzam em tempos e lugares distintos.
DIA 5 – 24/09 (terça) – 15h – debate com Mauro Almeida
Curta + Longa (1h37min)
“PATTAKI” (2019), de Everlane Moraes + “YÃMIYHEX, AS MULHERES-ESPÍRITO” (2019), de Sueli Maxakali, Isael Maxakali. SINOPSE: As yãmĩyhex, mulheres-espírito, se preparam para partir após passar um tempo na Aldeia Verde. Há os preparativos da grande festa de despedida. Elas se vão, mas sempre voltam com saudades de pais e mães.
DIA 6 – 25/09 (quarta) – 19h – debate com Vitor Queiroz e Thaís Fernandes
Longa-metragem (130min)
“A TRANSFORMAÇÃO DE CANUTO” (2023), de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho. SINOPSE: Em uma comunidade mbyá-guarani entre Brasil e Argentina, todos conhecem o nome Canuto: um homem que muitos anos atrás sofreu a temida transformação em uma onça e depois morreu tragicamente. Agora, um filme está sendo feito para contar a sua história.