Horários
As poéticas de Plaat
– A Estrela Estranha, porém Desconhecida (The Strange but Unknown Star, 1969, 8min, 16 mm para DCP)
– Absürd (1973, 2min, 16 mm para DCP)
– Moda de Nova York (Fashion from New York, 1980, 8min, 16 mm para DCP)
– Fragmentos da Decadência (Fragments of Decay, 1983, 12min, 16 mm para DCP)
– Esporas do Tango (Spurs of Tango, 1980, 32min, 16 mm para DCP)
– Chapéus da Segunda Guerra (Second War Hats, 1986, 4min, 16 mm para DCP)
A sessão dos filmes de Henri Plaat conta com o apoio do Consulado Geral do Reino dos Países Baixos em São Paulo.
O pintor, fotógrafo e cineasta Henri Plaat nasceu em 1936 em Amsterdã e filmou em diversos países (inclusive na América do Sul) ao longo de sua vida. Ele realizou em torno de 50 filmes, de durações variadas, frequentemente utilizando filme reverso em 16 mm como material bruto, até desistir de fazer cinema em 2009, quando sua marca preferida de película (Kodachrome) parou de ser produzida no mercado. Os filmes trabalham a paisagem e elementos culturais icônicos de forma lúdica e melancólica, nos territórios do onírico e do surreal. Não há diálogos, há trilhas sonoras variadas. Muitas das obras são brilhantemente coloridas e camp ao retratar protagonistas que desejam se transformar em modelos e astros de cinema. Certa vez, Plaat falou (em uma entrevista publicada em 2004) que “Meus filmes se rebelam contra a realidade”. Eles invocam ao mesmo tempo beleza, humor ácido e degradação material.
Em 2000, como parte de um projeto de aquisição e preservação de cerca de 1.500 filmes do cinema experimental holandês dos anos de 1960 em diante, o Eye Filmmuseum (https://www.eyefilm.nl/en), em Amsterdã, começou a trabalhar com a preservação do cinema de Plaat, que doou seu acervo para a instituição. Há muito tempo, o Eye é um líder mundial em esforços de preservação de cinema, tanto através de conferências e cursos acadêmicos sobre o tema, quanto na preservação de obras específicas nacionais e estrangeiras (inclusive, com grande atenção para o cinema da era silenciosa). Neste projeto em particular, as obras de alguns artistas experimentais holandeses se destacaram, entre elas, as de Plaat – por seu grande valor artístico, e também, devido às especificidades técnicas das películas.
A maioria dos filmes de Plaat existiam em cópias únicas, sem negativos (por terem sido filmados em estoque reverso). O Eye inicialmente criou internegativos como cópias de preservação, porém foi um desafio gerar reproduções analógicas de películas Kodachrome devido à intensa saturação das cores. Recentemente, com a tecnologia digital, foi possível alcançar um resultado mais próximo das cores originais. Dez filmes de Plaat foram então restaurados em 2K com a aprovação do cineasta (entre eles, alguns que, por questões de direitos autorais, não tinham sidos preservados anteriormente), e em 2020, o Museu os disponibilizou como dois programas sob o nome de “As poéticas de Plaat”.
O programa na Cinemateca Capitólio conta com sete dos 10 filmes (todos dirigidos por Henri Plaat e de produção holandesa), selecionados dos dois programas organizados pelo Eye.