A Cinemateca Capitólio apresenta nos dias 9 e 10 de dezembro três sessões únicas de cópias restauradas de filmes de Satyajit Ray, o maior nome da história do cinema indiano.
A programação tem entrada franca.
SATYAJIT RAY
A programação apresenta filmes realizados entre 1964 e 1966, na segunda fase da obra do diretor indiano. Nascido em Calcutá, no ano de 1921, Satyajit Ray buscou desde o primeiro longa-metragem romper com as formas tradicionais do cinema popular do país. Inspirado pela experiência nas filmagens de O Rio Sagrado, de Jean Renoir, e pelas sessões de filmes do neorrealismo italiano, o diretor iniciou sua filmografia com três obras-primas da chamada Trilogia de Apu (1955-1959). Nesse período, ao lado de nomes como Ritwik Ghatak e Mrinal Sen, Ray lança as bases do movimento conhecido como Cinema Paralelo, que ao longo dos anos 1960 e 1970 se espalhará por diversas regiões do país, em abordagens diversas e esteticamente ousadas.
Na obra de Ray, a década de 1960 marca o período de transição entre projetos realizados a partir de obras literárias e argumentos originais. Em A Grande Cidade e A Esposa Solitária, inspirados em romances de Rabindranath Tagore e Narendranath Mitra e protagonizados pela grande atriz Madhabi Mukherjee, Ray encara o conservadorismo do país, expondo as fissuras das relações conjugais e familiares moldadas pela estrutura patriarcal. Experimentando recursos como flashbacks e cenas oníricas, o diretor atinge um novo patamar de audácia narrativa em O Herói, segundo filme realizado a partir de um roteiro de sua autoria, em 1966, momento em que novas gerações do cinema indiano buscavam radicalizar as premissas do Cinema Paralelo.
Ray morreu em 1992, com de mais de 40 filmes realizados entre diversos gêneros, em uma trajetória marcada pela integridade autoral, que acompanhou momentos conflitantes da modernização do cinema indiano.
FILMES
A Grande Cidade
(Mahanagar)
Índia, 1963, 130 minutos, DCP
Distribuição: RDB Organization
Direção: Satyajit Ray
Em Calcutá, Bhombol vive com a mulher, Arati, seu filho, seus pais e uma irmã caçula. Falta dinheiro, então a esposa começa a trabalhar fora, com sucesso. Quando o marido perde o emprego, é ela quem passa a sustentar a casa, o que contraria os costumes conservadores. Selecionado como representante da Índia à edição do Oscar 1964.
A Esposa Solitária
(Charulata)
Índia, 1964, 117 minutos, DCP
Distribuição: RDB Organization
Direção: Satyajit Ray
A solitária mulher de um jornalista apaixona-se pelo familiar do marido que visita a sua casa e que partilha consigo o amor pela Literatura. Vencedor do prêmio de melhor direção no Festival de Berlim de 1965, A Esposa Solitária é reconhecido por muitos admiradores de Ray como a sua grande obra-prima, marcada pela presença inesquecível da atriz Madhabi Mukherjee.
O Herói
(Nayak)
Índia, 1966, 120 minutos, DCP
Distribuição: RDB Organization
Direção: Satyajit Ray
De viagem para Nova Delhi, onde irá receber um prêmio, uma estrela do cinema indiano reavalia o seu sucesso através dos sonhos e experiências passadas dos passageiros que seguem consigo. Realizado em 1966 a partir de um argumento original de Satyajit Ray, O Herói recebeu uma Menção Especial do Júri no Festival de Berlim e o galardão de Melhor Argumento nos Prêmios do Cinema Indiano desse mesmo ano.
GRADE DE HORÁRIOS
09 de dezembro (sábado)
17h – A Grande Cidade
10 de dezembro (domingo)
16h30 – O Herói
19h – A Esposa Solitária